Clube do Pai Rico

Compra de Volatilidade: o meu 1º teste

Está lembrado do post “Minhas 11 resoluções para o Ano Novo !“, onde fiz uma lista das coisas que faria em 2011 ? Lembra que entre os itens existia um “6- Estudar/Aplicar da operação com opções “Boi”” ? Pois bem, na semana passada montei a minha primeira operação de compra de volatilidade. 🙂

O que é a compra de volatilidade ?

Como você já sabe, minha estratégia operacional se baseia na venda de opções – protegida pela minha carteira de ações – para aproveitar os momentos onde o mercado escorrega. O maior problema desta estratégia é que enquanto o mercado só subir (sem dar sinal de queda) eu não posso fazer nada, não posso aproveitar a onda. Ou melhor … até aproveito, pois as ações que tenho em carteira se valorizarão, mas isso não permite que eu compre mais ações, concorda ? 😉

Quando vendo, o dinheiro que ganho é reaplicado em minha carteira, compro mais ações. Quando sobe, fico só olhando, vendo a caravana passar …

Uma forma de aproveitar os momentos de alta, “sem precisar colocar grana” na operação é através da compra de volatilidade. Essa operação tenta usar a diferença que existe entre duas opções de strikes diferentes, de uma mesma série e da mesma ação, para ganhar com a alta. Muitos a chamam de “boi”. (é … as operações/estratégias com opções muitas vezes têm nomes de animais …)

Um exemplo clássico, e padrão, de boi é a venda de uma opção para comprar duas opções da série seguinte. (duas ou mais …)

A cada centavo que o papel subir, as opções também subirão, 1 centavo na que você vendeu e 2 na que você comprou … com isso você ganha 1 centavo. Claro que a coisa não é bem assim, as opções não acompanharão a cotação do papel “centavo a centavo”, existe uma certa inércia no preço da opção, dependendo de qual série você escolheu. Digamos que a ação esteja R$ 26, e que você escolheu montar o boi com a venda da E24 e com a compra da E26. Uma montagem dessas poderá te proporcionar um boi maior do que 1:2, hoje seria uma operação 1:2,5. Por serem opções ITM elas quase andarão “centavo a centavo”. Cada centavo que o papel andar, será um centavo que as duas opções andarão.

Mas você também pode “avacalhar” e alavancar bastante a operação. Se ao invés da E24:E26 você tivesse usado a montagem E26:E28 teria uma alavancagem muito maior. Com o fechamento de ontem seria uma montagem 1:17 !! Portanto, se a ação realmente subir, você tem a chance de ganhar muito mais.

Qual a diferença da montagem E24:E26 para a E26:E28 ?

Além da alavancagem, a segunda é quase 7x maior do que a primeira, a diferença é a sua expectativa de alta. Se você imagina que será uma alta simples, a primeira é melhor. Se acha que será uma mais forte e mais rápida, a segunda é fantástica. A diferença fundamental é essa, o cenário de alta que vem pela frente. Claro que você não tem como imaginar o que pode vir pela frente … mas dependendo das condições do mercado e de seus indicadores você pode ter pistas do que vem pela frente …

Em teoria – isso é, se as opções não tiverem seus strikes distorcidos por causa de dividendos ou JCP – o prejuízo máximo que a operação gerará será de R$ 2.000,00 para cada 1.000 opções vendidas. (se a montagem for feita com duas séries seguidas …)

Para o caso da E24:E26 a área de prejuízo máximo é com a ação “mãe” fechando o exercício em R$ 26, abaixo de R$ 24 não terá custo algum. Na E26:E28 fica em R$ 28, abaixo de R$ 26, sai no 0x0.

Mas a ideia – ao menos a minha … – não é levar essa operação até o dia do exercício, pretendo aproveitar uma puxada rápida, durante ele, para apurar os ganhos.

Qual foi a que escolhi ?

Montei a E26:E28, afinal acreditava numa rápida recuperação nas cotações na PETR4 desde a semana passada. A operação foi montada na terça feira, numa proporção de 1:10 (já sentiu o drama … neh ?)

Eu já havia “feito” algumas simulações da operação, havia montado “virtualmente” o boi, como os resultados me agradaram achei que era chegada a hora de testar na vida real, com dinheiro real. Como era uma operação teste, montei uma operação relativamente pequena, com 5.000 E26 : 50.000 E28 – prejuízo máximo de R$ 10.000,00

Para a minha alegria a alta não veio ainda … com dados do fechamento de ontem a operação está me gerando uma perda de R$ 1.750,00. Continuo nela … pois ainda temos 2 semanas para o final desta série. E o melhor, se a alta não vier o ponto para que eu saia no 0x0 está próximo. O strike da E26 é R$ 25,12, portanto abaixo disso eu não perco nada. Mas que fique claro que estou monitorando, se eu vir que o negócio não vai sair do lugar posso zerar …

Como desmontar a operação ?

Já que a montagem foi feita com a venda de 1 E26 para cada 10 E28 compradas, eu precisarei comprar as E26 e vender as E28. Simples. 🙂

Quando ? Isso depende … se estiver no lucro pode ser no primeiro sinal de que o movimento – de repique – está perto de seu fim. Se o mercado estiver derretendo, deixo virar pó … se estiver enrolando … a hora que a minha paciência se esgotar. Ainda pode ser feito o seguinte, compra-se as E26 vendendo somente as E28 necessárias para pagar por isso. O que sobrar vai sendo carregado enquanto o mercado permitir. Dessa forma você não corre o risco de ter perdas e tenta maximizar o lucro.

Conclusões até o momento

Olha … até agora eu não tenho muito a comentar … (provavelmente por estar no preju, hehehe)

No próximo teste usarei o equivalente ao E24:E26, uma alavancagem menor mas que não precisa de uma alta tão forte para ser lucrativa.

Continuarei testando, se der certo vai para as estratégias que me fazem ganhar dinheiro. Se não der, vai ser mais uma das estratégias que não funcionaram, ao menos pra mim. 😉