Clube do Pai Rico

Boa Noite Investidor, com Alvaro Bandeira

A volta da Aversão ao Risco

Novamente tivemos a volta da aversão ao risco nos principais mercados do mundo. Não bastasse a China, as tensões entre a Arábia Saudita e Irã, ainda tivemos o teste bem sucedido da Coréia do Norte com um bomba de hidrogênio, anunciado para o mundo na madrugada. Os investidores que já estavam tensos nesse início de ano tiveram motivo para realizar posições de risco, respaldada ainda pela acentuada (nova) queda do petróleo no mercado internacional que atingiu o menor valor para o barril em 11 anos, abaixo dos US$ 35,00 por barril. Isso mesmo com os estoques americanos encolhendo na semana para 5,0 milhões de barris.

Em dia de agenda cheia, os EUA anunciaram que a criação de vagas no setor privado em dezembro ficou em 257.000, quando o esperado era 195.000 vagas. Essa divulgação antecede a criação de vagas no conjunto da economia que será anunciado em 08/01. Por lá o déficit da balança comercial em novembro ficou abaixo do esperado em US$ 42,4 bilhões, mas as encomendas à indústria encolheram 0,2% (ex-transportes -0,3%). O índice de atividade de serviços de dezembro também caiu para 54,3 pontos, mas ainda mostrando expansão.

Na Europa, dirigente do BCE disse não ter plano “B” para o BCE, mas o programa está apenas em seu início e aparentemente começando a dar resultados. Já o vice-presidente do FED disse que a incerteza global está novamente aumentando, citando os acontecimentos na China para ilustrar. Segundo Fisher, o petróleo em queda e a valorização do dólar não deve permanecer por muito tempo.

Na sequência dos mercados e, ainda antes de alguns fechamentos, o petróleo WTI negociado em NY mostrava forte contração de 5,12%, com o barril cotado a US$ 34,13. O euro era transacionado em alta para US$ 1,0762 e os notes americanos de 10 anos com taxa de juros em queda para 2,18%. Nessa situação de maior estresse o ouro mostrava alta de 1,13% nas negociações da Comex e a prata praticamente estável. Commodities agrícolas com comportamento misto, mas mostrando recuperação em relação ao início da manhã.

Por aqui, tivemos a divulgação do IPC-C1 com a inflação das classes mais baixas em alta em dezembro de 0,97%, acumulando em 2015 elevação de 11,52%. Já o fluxo cambial do ano ficou positivo em US$ 9,4 bilhões, o maior desde 2012, mas dezembro foi negativo em US$ 2,1 bilhões, com o fluxo financeiro negativo em US$ 9,3 bilhões. Os bancos encerraram o ano vendidos em dólar no montante de US$ 20,1 bilhões e o Bacen perdeu com as operações de swap cambial R$ 89,7 bilhões no ano de 2015, fato inédito.

No mercado de câmbio, reviravolta. O dólar abriu pressionado e atingiu R$ 4,054 (+1,52%), mas já para o final da tarde era transacionado na casa de R$ 4,00, ainda em leve alta. Os DIs terminaram o dia em queda para todos os vencimentos. Na Bovespa, o primeiro dia de 2016 (04/01), quando a Bovespa perdeu 2,79%, foi de ingresso de recursos de investidores estrangeiros no valor de R$ 122,82 milhões.

No mercado acionário, dia de queda para as principais bolsas europeias, com Londres perdendo 1,04%, Paris com -1,26% e Frankfurt com -0,93%. Madri e Milão com perdas de respectivamente 1,48% e 2,67%. Na Bovespa, faltando ainda cerca de uma hora para encerramento, o índice tinha queda de 0,95%, com o índice quase voltando a perder o patamar de 42000 pontos e destaque negativo para Petrobras e Vale com acentuadas quedas, seguidas pelo setor de siderurgia. Bancos tiveram um dia mais positivo, provavelmente por serem ações mais defensivas. Os mercados ainda aguardavam a divulgação da ata da última reunião do FED.

Boa Noite!

Alvaro Bandeira
Economista-Chefe Home Broker Modalmais

Nota: comentários realizados antes do fechamento de mercado de 06/01/2016

 

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