Clube do Pai Rico

Zé, como foi que você atingiu a sua Independência Financeira ?

Pergunta:

Carlos,

Bom dia. Primeiramente parabéns! Você mudou sua vida financeira. Isso é fantástico!

Eu li em 2015 o livro. Vários socos na boca do estômago amigo. Decidi como você fazer algo por mim mesmo. Mudar a maneira de lidar com o dinheiro, eliminar minhas crenças limitantes. Buscar minha independência financeira.

Eu queria saber de você. Após ler o livro, para chegar à sua IF, você tomou quais atitudes? Trocou de trabalho? Diminuiu o padrão de vida? O que foi fundamental para você nesse período chegar à sua IF? Você era casado? Tinha filhos? Já possuía um patrimônio?

Eu sou casado e tenho um filho. A missão de poupar e investir nessa fase da vida é dificílima. Outro agravante: minha esposa não pensa financeiramente como eu. Então tenho a missão de mostrar a ela a importância de se trabalhar, poupar e investir.

Enfim, gostaria de saber um pouco sobre como você conseguiu. Muito obrigado e um abraço.

Resposta:

Bom dia Douglas,

É um pouco complicado conseguir detalhar absolutamente tudo o que fiz para chegar onde cheguei … Principalmente porque, desde que me entendo por gente, venho me educando financeiramente, venho obtendo orientação para encontrar a melhor trilha nesse aspecto da vida. 🙂

Sim, desde pequeno me interesso por finanças. Com isso, a leitura do “Pai Rico Pai Pobre” acabou não sendo um “transformador” propriamente dito, mas sim um “caramba, tem mais gente que pensa coisas parecidas com as que eu penso !“. Sabe ? Foi transformador no sentido de que me senti mais livre para abordar o assunto com outras pessoas. Até então pouco me arriscava a trocar algumas ideias com meus amigos a esse respeito. 😉

Como venho trilhando este caminho desde jovem, as atitudes necessárias vieram sendo tomadas desde sempre. Reservar parte do que ganhava para os investimentos (seja na mesada, presentes de aniversário, Natal, ou de trabalhos que realizava), sempre tinha uma parte (se não fosse tudo, hehehe) que ia para a minha caderneta de poupança. Depois disso, quando mais velho, migrei dela para a Bolsa e de lá nunca mais sai. 😀

Deixei de fazer muita coisa que poderia ter feito, quando mais jovem, por causa deste propósito: ser financeiramente independente quando mais velho. Mas não muito velho …

Chegar onde cheguei (patrimônio), foi porque eu tinha uma renda relativamente boa (longe de ser considerada alta), através da distribuição de lucros da empresa em que era sócio; fazia com que sobrasse boa parte desta renda; e investia o capital acumulado na Bolsa, com rendimentos considerados bem elevados. Nunca recebi nenhuma bolada (de herança, de presente do pai, etc). Foi um processo “lento” e gradual.

Fiquei solteiro até 2009, sem filhos até o final de 2012. Então tive algum tempo de sobra de caixa mais elevada para dedicar aos meus investimentos. Desde o início eu sabia que precisava me dedicar aos estudos, desenvolvendo um método operacional que me proporcionasse um rendimento superior à média. Desta forma o bolo cresceria mais rápido, e o rendimento obtido mensalmente com ele seria capaz de manter o meu orçamento em ordem.

Tudo foi uma questão de chegar num valor que pudesse me proporcionar o que precisava. Ou melhor … seria somente isso, se não fosse o fato de que a minha empresa é uma empresa familiar. Você provavelmente deve imaginar a pressão que existe para que você “não abra mão de tudo aquilo” …

Concordo contigo que o momento em que temos filhos (especialmente se houver meninas entre eles, hehehe) é complicado para termos algum dinheiro sobrando no final do mês. 😉

Os gastos parecem surgir do nada, por mais que você seja controlado e que haja um planejamento do orçamento da família. Em contrapartida, o incentivo que estas pequenas criaturas criam em nós é impressionante. Você ganha uma força extra para ir em busca do que for preciso para atingir os objetivos. Não é ? 🙂

Como disse, tive a sorte de começar cedo. Por isso que insisto tanto para que as pessoas aproveitem o início da jornada para se dedicar um pouco mais. Não que seja impossível de chegar lá ao começar mais velho, mas os mais jovens levam uma boa vantagem nessa corrida. 😀

Sobre ter alguém do seu lado, que não pensa da mesma forma que você … Não é assim em relação a inúmeras coisas ? Temos que lidar com esse tipo de “batalha” diariamente em diversos fronts, é assim que os relacionamentos são. A parte boa é que graças a um ponto de vista diferente, você pode enxergar coisas que não vê normalmente. Isso ajuda a aperfeiçoarmos os planos, tentando atender um pouco dos desejos de cada um. Nem 8, nem 80 … Algo mais próximo do meio do caminho acaba sendo mais interessante.

Espero ter lhe ajudado ! 🙂

Abraços !