Clube do Pai Rico

Vamos falar sobre o economês ?

Você, leitor assíduo do Clube do Pai Rico, sabe que nestes 18 anos de história abordamos os mais diversos assuntos. Finanças pessoais, Educação Financeira, Investimentos, Ações, Opções, Tesouro Direto … etc etc etc.

Praticamente tudo o que aqui foi apresentado veio do conhecimento que adquiri em minha jornada. Foram anos e anos de experiência sendo compartilhados aqui com vocês. Experiências passadas, novas e até mesmo expectativas em relação a novidades tão novas que ainda não geravam nenhuma opinião formada sobre o assunto.

Foram pouquíssimas as vezes em que algo foi publicado apenas por “necessidade de atender uma demanda específica” de alguém. Arrisco a dizer que 99% do que publiquei surgiu de uma (ou mais) experiência pessoal. Senti na pele o que compartilhei. Aprendi. Ganhei. Perdi. Sofri. Comemorei.

Mas sempre priorizei dividir o que de melhor eu tinha: aquilo que eu “sabia que sabia”. (por mais que às vezes não soubesse tanto assim)

SEMPRE !

E para facilitar esse compartilhamento de conhecimento assumi o compromisso de fazer isso da forma mais simples possível. Da forma que viesse a facilitar ao máximo a compreensão daquilo que estivesse apresentando. Afinal de contas, se eu “sei” do que estou falando, e estou disposto a dividir com outras pessoas, nada mais justo do que ajuda-las, de todas as maneiras possíveis, a compreender aquilo que estava sendo dito.

Sempre ouvi que a melhor forma de se ensinar algo era adotando a seguinte postura: uma criança de 10 anos conseguirá entender aquilo que estava sendo dito ? Se não, você precisaria simplificar ainda mais as coisas.

E se tem uma coisa que complica a vida de quem está lendo/ouvindo/vendo o conteúdo que se propõe a compartilhar um conhecimento é o linguajar. É o uso de um “idioma” específico da área. Em suma …

… o economês

Vai dizer que não é verdade ?

Me diga se uma conversa onde são usados somente termos técnicos, ou “dialetos” específicos da área, não dificulta a compreensão daquilo que está sendo dito ? Por que alguém prefere usar termos bonitos (leia-se técnicos), ao invés de palavras práticas e do dia a dia, na hora de fazer uma apresentação, na hora de explicar alguma coisa para alguém.

É para mostrar que sabe mais do que a pessoa que está lhe “ouvindo” ? É para demonstrar autoridade em relação ao assunto abordado ? Ou é pura e simplesmente para deixar a pessoa sem entender direito aquilo que está sendo debatido, mantendo-se a necessidade de um “interlocutor”, de um “tradutor”, para que ela continue seguindo o seu caminho ?

Sei que você pensou nos advogados e seus textos cheios de palavras e termos incompreensíveis para um ser humano comum. Na maioria das vezes que leio um artigo sobre um julgamento, sobre a aprovação de uma lei, etc, que tenha como origem um meio de comunicação “destinado” a esse público, me sinto como se estivesse lendo grego. (o que não deixa de ser uma verdade …)

A impressão que passa é que dificultam ao máximo a compreensão daquilo, para que somente os “letrados” tenham a “capacidade” de traduzir e mantenham o poder …

Custava falar no bom e velho português ? De forma que qualquer leitor pudesse entender ? 🙁

Mas não é sobre eles que estamos falando. O foco é no economês. Lembra ?

Um diferencial do Clube sempre foi esse: falar de modo simples, tentando (sempre que possível) não usar termos técnicos que impeçam, que não restrinjam, a compreensão do que está sendo dito. Desta forma ajudamos mais pessoas, não tenho a menor dúvida sobre isso.

Quer ver um exemplo ? Materiais que abordem o Tesouro Direto, que em teoria teriam função de trazer novos interessados à modalidade investimento.

Custa muito se referir aos títulos como sendo Tesouro SELIC, IPCA ou Prefixado ? Por qual motivo precisam usar os nomes originais deles ? LFT, NTNB, LTN … 😯

Sim … para quem tem intimidade com o investimento, são palavras claras que detalham exatamente qual o tipo de título são. Mas para o leitor comum, para aquela pessoa que começa a ganhar algum conhecimento na área … Por quê ?!

Não seria MUITO melhor se referir ao “nome fantasia” que o Tesouro passou a adotar há alguns anos ? Eles são claros e diretos: Tesouro IPCA, é atrelado ao IPCA. Tesouro SELIC, atrelado à SELIC. Tesouro Prefixado … é prefixado !!

A pessoa que está iniciando sua empreitada nesta área não teria muito mais facilidade de atravessar a barreira que a separa deste universo ? Não a ajudaria a dar o primeiro passo, mostrando que aquilo não se trata de um bicho de sete cabeças e que ela pode sim compreender aquilo que só os bambambans sabem ?

Por que dificultar se é possível facilitar ?

De novo: manter um status ? Demonstrar o quão importante e conhecedor da área é ? Criar uma barreira entre “mestre” e “aluno” ?

Eu sinceramente não sei … 🙁

Só sei que quanto mais próximo os termos, ou os exemplos, forem da realidade dos envolvidos, mais fácil será para que todos se entendam melhor. Para que todos compreendam melhor aquilo que está sendo apresentado.

Se a proposta é ensinar a pessoa a caminhar com as próprias pernas, por que manter a técnica do “eu te mostro o que eu sei, mostrando que sei, mas sem mostrar (direito) como saber o que eu sei” …

Ou eu estou deixando passar algum detalhe que justifique esse tipo de atitude ?

Só sei de uma coisa: eu manterei a forma que utilizo hoje, sempre tentando facilitar ao máximo a compreensão daquilo que eu falo. Sempre tentando simplificar ainda mais aquilo que é dito. 🙂