Clube do Pai Rico

Notícias ||| BCs temem risco de estouro de nova bolha

Essa é uma bolha que me preocupa a muito tempo. Muita gente justifica o aumento dos preços somente por causa do crescimento da economia de países como Índia e China, que por terem uma população gigantesca aumentaria a demanda por tudo.

Sempre tive minhas dúvidas … Sim, houve um aumento na demanda … mas não sei se na mesma proporção que vimos o aumento nas cotações das commodities. Sim, cotações e não preços … Sempre defendi que o aumento que vimos até agora se deveu mais ao uso de operações em “bolsa” do que ao consumo do produto propriamente dito. A alavancagem que estes mercados oferecem é fantástica, a liquidez então … sem comentários.

Reparou como os preços dos metais e dos combustíveis subiu muito antes do que a “plena” recuperação dos mercados ? Dinheiro grátis do FED americano serve para muito coisa, sabia ? 🙂

Essa semana – por conta desse medo – o CME elevou a chamada de margem para negociação com contratos de petróleo, de U$ 5.000,00 para U$ 6.500,00 o contrato. E isso é um grande aumento.

Leia a notícia abaixo e torça, com toda sua força e fé, para que isso não aconteça … Pois se vier a acontecer será o gatilho ideal para o tão temido “Doble Deep” …

BCs temem risco de estouro de nova bolha

Basileia, Suíça, 09 – Xerifes das finanças internacionais temem que a correção nos preços de matérias-primas possa ser um primeiro e perigoso sinal de possível estouro de uma bolha de commodities, o que representaria risco para a recuperação da economia mundial, além de escancarar a atuação de especuladores nos mercados de energia e alimentos. Essa é a avaliação de alguns dos principais bancos centrais do mundo, que começaram ontem na Basileia avaliação da situação da economia mundial.

No fim da semana passada, uma correção no mercado de commodities afetou os preços de uma gama de produtos, do cobre ao algodão. O petróleo registrou a maior queda em termos absolutos da história. Em apenas um dia, o barril perdeu US$ 12. Na semana, a prata perdeu 30% de seu valor, na maior queda em quase 30 anos. O Financial Times chegou a classificar a queda de “épica” e, entre alguns representantes de bancos centrais, a ordem é manter vigilância total em relação aos acontecimentos, diante do que poderia ser mais uma bolha.

Para alguns, a ameaça de “pouso forçado” existe em relação ao comportamento do mercado de commodities. O impacto seria sentido, acima de tudo, em economias exportadoras de matérias-primas. Segundo dados do Instituto de Finanças Internacionais, foram os altos preços de commodities que promoveram uma recuperação rápida na América Latina após a crise de 2009. A entidade, que representa os bancos privados, aponta que as commodities representam hoje 50% das exportações da região.

Fechada

A reunião na Basileia ocorre a portas fechadas e os presidentes das instituições são orientados a não revelar o conteúdo das conversas. “Não posso falar nada”, disse o presidente do BC chileno, José de Gregório. O Chile vinha sustentando parte de sua expansão na alta dos preços de cobre. A reunião ainda conta com representantes do BC americano, do presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, e de Jean Claude Trichet, do Banco Central Europeu (BCE).

Apesar do caráter sigiloso do encontro, um dos presidentes de BCs sinalizou que a volatilidade dos preços de commodities e os primeiros sinais de que haveria uma bolha é uma das maiores preocupações de todos. A volatilidade dos preços seria uma incerteza considerada como “alarmante” para a economia mundial em 2011.

“Há um temor muito grande de que podemos estar vivendo o início da explosão de uma bolha”, diz dirigente de país exportador de petróleo. “O que vimos na semana passada é que o preço de commodities é, em grande parte, fruto de especuladores e não só da demanda da China e da Índia”.

Alguns dos BCs não acreditam no argumento do mercado de que a correção ocorreu por conta da expectativa de dados menos otimista de recuperação da economia americana. “Nenhum dado nos EUA justificaria correção do tamanho que vimos”, relatou representante de um BC latino-americano. A previsão pessimista não faz parte nem dos cenários do BC brasileiro e nem de empresas como a Goldman Sachs. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.