Caríssimos, esta é a minha primeira postagem no fórum e peço desculpas por já chegar pedindo ajuda. Li, compactuo e já pratiquei os ensinamentos de Cerbasi e Kiyosaki, já trabalhei no setor financeiro, sou concursado mas meu objetivo é ser empreendedor e estou me organizando para isso. Preciso da opinião/sugestão de vocês sobre a seguinte situação: neste momento possuo R$60 mil em ativos líquidos e R$100 mil em passivos bancários a juros médios de 1,65% ao mês (21,7% ao ano), variando de 1,1% a 1,98%, ou seja, cheguei a um PL (patrimônio líquido) negativo de R$40 mil.
Não são juros muito altos em se tratando de empréstimos a pessoa física no Brasil, mas para quem sempre foi organizadinho no excel e meio que sem querer cometeu vacilos na vida financeira nos últimos anos (por motivos familiares, imobiliários, erros profissionais, pirâmides...) isso é uma penitência. Pedi o conselho de amigos e familiares de confiança e a resposta foi quase uníssona: usar esses 60 para liquidar as dívidas mais caras e passar bons meses pagando os 40 restantes, cenário no qual os juros médios/mês cairiam para 1,21%, para daqui a uns 2 anos eu chegar a um PL zerado e aí, sim, começar a construir patrimônio. Ok, não é uma opção ruim.
Mas não é isso o que os experts em finanças fazem! Eles buscam atividades cuja TIR (taxa interna de retorno) ultrapasse os juros do passivo, levantando uma espécie de spread e assim "derrotam" o passivo pela via financeira e não pela via do salário, afinal, essa liquidação descapitaliza a pessoa — e capital é a ferramenta de trabalho do capitalista! O primeiro caminho tem muito jeitão de classe média, no qual a pessoa tem certo temor de qualquer compromisso e reconhece ser incapaz de gerar uma rentabilidade de sequer 2%; já o segundo, de quem entende de negócios. Para os dois saldos (100 versus 60) apenas empatarem é necessário que esses 60 rendam 2,75% ao mês.
Tesouro direto e sobretudo poupança seriam prejuízo certo; já pensei em ações mas acho que não se encaixam na demanda, no máximo ações boas de dividendos seriam uma esperança. Em opções e forex com alavancagem não me garanto, já pensei em comprar apartamento na planta para revender na entrega (diz-se que há uma valorização nominal de 30% a 40%. Se for verdade e se eu conseguir pagar para a construtora só 20% ou de preferência 10% e rolar o resto a INCC, isto é, uma alavancagem de 5 ou 10x, posso até dobrar meu capital em menos de 2 anos), já pensei em começar diretamente o meu empreendimento (com ou sem fomento de R$70 mil a juros de 5,5%/ano e mais contrapartida minha de R$30 mil: se conseguir uma rentabilidade de 40%/ano na atividade-fim, chego a 60%/ano de retorno sobre o capital próprio) e, paralelamente ao já exposto, a viabilidade de dar uma moratória nos bancos (para depois negociar com descontos, ao ponto de voltar a ter crédito com os próprios) ou até mesmo a radicalidade de abrir falência civil.
Sei que esses valores são pouco expressivos para muitos de vocês, mas para mim ainda são relevantes. Doutores do dinheiro, algum conselho, sugestão, dica ou exposição de experiência pessoal? Muito obrigado.