Bancos centrais anunciam medida coordenada para conter crise de crédito
Por: Gustavo Kahil
11/03/08 - 10h02
InfoMoney
SÃO PAULO - Os bancos centrais das dez maiores economias do mundo anunciaram nesta terça-feira (11) medidas que devem ampliar o alcance da ação iniciada entre as instituições em dezembro do ano passado.
De acordo com a nota publicada pelo Federal Reserve, em conjunto aos bancos centrais de Canadá, Inglaterra, Suíça (BNS) e o Banco Central Europeu (BCE), as pressões nos mercados se intensificaram novamente, justificando o anúncio das novas medidas.
Medidas do Fed
O Fed irá emprestar até US$ 200 bilhões em Treasuries semanalmente para agentes de mercado que possuem ativos prejudicados pela crise de crédito, como papéis securitizados em hipotecas por agências privadas ou públicas, por um prazo de 28 dias.
O novo leilão, chamado de Term Securities Lending Facility (TSLF), deve ajudar a prover liquidez nos mercados de títulos securitizados, explica o Fed. Os leilões devem começar no próximo dia 27.
Arranjos cambiais
Além disso, o Fomc (Federal Open Market Committee) autorizou elevar os arranjos cambiais recíprocos (linhas de swap) com o BCE e o BNS. Tais arranjos proverão até US$ 30 bilhões para o BCE e US$ 6 bilhões para a instituição suíça.
A medida representa um aumento de US$ 10 bilhões e US$ 2 bilhões, respectivamente. As operações foram estendidas até 30 de setembro deste ano.
Economia à deriva
O Relatório de Emprego publicado na última sexta-feira nos EUA ajudou a agravar a situação do mercado. Foi revelado que a economia norte-americana perdeu 63 mil postos de trabalho em fevereiro. Em resposta, o Federal Reserve anunciou medidas para prover liquidez.
O Fed ampliou o montante oferecido nos leilões de recursos, conhecido como TAF (Term Auction Facility) para US$ 50 bilhões, um aumento de US$ 20 bilhões nos leilões dos dias 10 e 24 de março. Se as condições do mercado piorarem, o montante pode ser elevado ainda mais, diz o Fed.
A medida, contudo, não foi suficiente para reduzir as incertezas e o mercado continua a solicitar mais um corte na taxa básica de juro, atualmente em 3% ao ano. Desde o auge da crise no mercado de crédito, o Fed já agiu por cinco vezes.
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Comentário do Maurício: até quando os BCs vão conseguir manter essa injeção de grana?

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