O companheiro PBr se expressa de forma clara, de modo que compreendo perfeitamente e respeito suas opiniões, e aprecio o comentário que fez acerca do assunto do tópico.
Considerando um empréstimo particular de uma pessoa para outra, a natureza da relação é a mesma: credor X devedor; no entanto, tal relação é regida por parâmetros distintos daqueles existentes entre instituição financeira e pessoa física. Entre dois semelhantes, suponho que exista confiança; entre [abismos] desiguais, existe [tenho certeza], a desconfiança, daí a necessidade de um extenso rol de regulamentações para suportar os eventuais conflitos e perdas que possa haver.
Gostaria de deixar claro que nunca ninguém me obrigou a nada, tudo o que fiz [de errado], fiz por problemas meus e não coloco toda a bronca nas costas do sistema, mas apenas uma parte: não se deve menosprezar o poderio do sistema financeiro diante das muitas vezes temerárias aspirações do cidadão privado.
Nenhum advogado vai alegar que seu cliente recusa-se a pagar determinada dívida porque os juros são "abusivos" - nesse ponto, do cliente, de fato, espera-se que tenha conhecimento de que "10% a.m." em um cartão de crédito vai dar no fundo do poço; inevitavelmente, porque não se vence a guerra contra a capitalização composta com dinheiro de salário.
Durante um tempo eu tive conta em um certo banco, porque a empresa só pagava nesse banco. Nos dias atuais, a empresa paga em qualquer banco que o empregado tenha conta corrente, ou mesmo conta salário. Eu reclamava que eu era maltratado por esse banco, e outros colegas também, mas eu estava sendo ingênuo, porque qualquer assalariado que vai ao banco para tomar empréstimo vai ser sempre maltratado. Em qualquer banco, neste país e em outros.
Se eu fosse igual aquele indivíduo que ocupava um importante cargo no Poder Legislativo do Brasil e que toda sexta-feira encostava a barriga no caixa do banco para sacar R$ 50 mil para as despesas com a amante ao longo do final de semana, eu asseguro que eu estaria muitíssimo satisfeito com o staff administrativo desse banco e seu deveras generoso e hospitaleiro "atendimento ao cliente" (péssimo, na vida real).
Vida que segue, um abraço a todos.