Clube do Pai Rico

A virada

 

Quem já estava na lida em 2008, quando ocorreu a crise do subprime, vai se lembrar de quão grande foi a crise vivenciada naquele momento. E mais, se lembrará de que não foi apenas com o mercado imobiliário como muitos focam …

Praticamente tudo e todos foram afetados por ela. Uns mais … outros nem tanto.

Vimos muita coisa acontecer. Mas o risco da indústria automobilística americana ir para o beleléu, acho que pouca gente imaginava ser possível. Justo ela, que sempre foi um dos sinônimos da força da economia dos Estados Unidos ?

Mas foi o que vimos …

Mas, foi o que vimos ?

Ou será que a crise de 2008 apenas agravou aquilo que já era ruim e vinha se arrastando ?

Pois é, a situação já não era boa. Os desdobramentos da crise apenas acentuaram e trouxeram à tona aquilo que muitos insistiam em não enxergar. E com a GM não foi diferente …

Sim, a GM quebrou. E quebrou bonito. De tão feia que foi a coisa, ela precisou ser “estatizada”. É … para você ver. 😯

O governo americano precisou injetar bilhões de dinheiro dos contribuintes para tentar salvar uma empresa privada. Uma das TBTF.

E como o governo era o dono da coisa toda, coube a ele escolher quem tiraria a empresa da lama. Chamaram Ed Whitacre, ex CEO da AT&T. Um dos responsáveis por fazer com que a empresa se torna-se tão grande. Ela só foi a maior companhia telefônica e a maior operadora de TV a cabo do mundo … (se tiver curiosidade de saber um pouco mais sobre a AT&T)

A GM “foi” estatizada ?

Olha … Pelo o cenário encontrado em sua chegada, acredito que Ed Whitacre pensou o mesmo que eu. Quando ele chegou na GM ela já se comportava como uma repartição pública há tempos. Muita gente fazendo pouca coisa … Muita gente não fazendo nada … Muita gente “trabalhando”, sem saber o que realmente devia e precisava fazer … Muita gente recebendo altas somas sem trazer um retorno proporcional à empresa … Muita gente jogando a responsabilidade de suas funções para outros … etc etc etc

Isso, sem contar com a gigantesca burocracia (sim, eu me segurei) interna da empresa. Tudo levava mais tempo para acontecer. Tudo precisava passar pela aprovação de n pessoas. Tudo ficava parado, esperando que alguém desse o ok. 🙄

Entendeu o motivo da minha pergunta ?

Para tentar reverter a situação, Ed tentava entender o que acontecia ali. E muitas vezes não obtinha resposta alguma de quem mais precisava entrega-las: os altos executivos da empresa.

É, a bagunça era 100% generalizada.

Mas o legal, é que quem mais ajudou Ed a virar o placar, foram justamente os trabalhadores que realmente vestiam a camisa da GM. Aqueles que tinham orgulho de lá trabalhar. Aqueles que, mesmo diante do quadro, faziam o que era possível para entregar algum resultado. Conversando com eles, na hora do almoço, no elevador, nas visitas aos laboratórios, onde quer que fosse, Ed ia descobrindo e entendendo o que era possível se fazer para melhorar as coisas.

Projetar, fabricar e vender os melhores veículos do mundo” tornou-se a missão da GM.

Se eles conseguiram chegar lá ? Não sei … Só sei que isso guiou a empresa em sua jornada de recuperação. 😉

Se você gosta de histórias de recuperação, se curte carros, se busca aprender com as experiências dos outros, a leitura de “A virada” é mais do que indicada. 😀

 

Nota do Site:
5 Moedas

A virada
Ed Whitacre | Leslie Cauley

Editora: Campus
Ano: 2013
Edição: 1
Número de páginas: 280
Acabamento: Brochura
Formato: Médio