Esses nem tem medo … hehehe
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UBS:CLIENTES SACAM US$ 20 BI POR TEMOR DE MUDANÇA DE SEGREDO BANCÁRIO
Genebra, 15 – Temendo uma flexibilização nas leis do segredo bancário, clientes retiraram em apenas três meses US$ 20 bilhões dos cofres do UBS, o maior banco da Suíça. No ano passado, o banco já havia sofrido uma hemorragia de quase US$ 200 bilhões em suas contas, mas principalmente por causa da crise financeira. Desta vez, o motivo é outro. “A saída (de dinheiro) foi principalmente registrada depois do anúncio do acordo em conexão com as investigações sobre nossas atividades com clientes americanos”, admitiu Oswald Grubel, CEO do banco, durante a tensa assembleia geral do UBS.
O banco está sendo pressionado a dar ao fisco americano dados de 52 mil clientes que teriam burlado as autoridades e promovido uma evasão de divisas. Em 2008, o próprio UBS admitiu que ajudou milionários americanos a esconder dinheiro nos cofres suíços.
Gruebel tentou dar um sinal hoje de que essas violações por parte do UBS não se repetiriam. “Não vou tolerar violações quando se trata de leis relevantes”, disse. Mas o banco deixou claro que é totalmente contrário à ideia de permitir que governos estrangeiros tenham acesso automático às informações de um de seus clientes, como pedem Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha e outros. A Suíça reformou sua lei sobre o segredo bancário, por pressão do G-20. Mas não o aboliu nem prometeu total
cooperação com autoridades fiscais de outros países.
O UBS está envolvido em uma ampla investigação, tanto nos Estados Unidos como no Brasil, por evasão de dinheiro, fraude e lavagem de dinheiro. Diante de sua pior crise e ainda afetado pelas turbulências internacionais, o banco anuncia a demissão de 8,7 mil empregados. Desde 2007, o corte de funcionários já chega a 19,7 mil pessoas na entidade que era o símbolo da estabilidade suíça.
Hoje, um ex-presidente da Suíça foi nomeado o novo presidente do banco, em uma clara demonstração das ligações políticas da entidade financeira. Kaspar Villiger, o novo presidente do UBS, que assumiu hoje, alegou que a troca automática de informações “não seria eficiente” e que um contribuinte “desonesto poderia escapar desse controle facilmente”. Kaspar Villiger foi presidente da Suíça em 1995 e 2002, além de ministro das Finanças.
Grübel admite que as investigações nos Estados Unidos contra o banco estão tendo uma repercussão negativa para o UBS. Segundo ele, há um “novo consenso mundial” em relação ao fim dos paraísos fiscais. Para Grubel, “a pressão sobre o segredo bancário deve perdurar”.