Clube do Pai Rico

O que é, e como funciona um índice de ações ?

pregao bovespa

Sempre que falamos sobre o mercado acionário, falamos sobre a valorização das ações que lá são negociadas. Sobre como se comportou a Petrobras, como foi o desempenho da Vale, quanto subiram Itaú e Bradesco. Por serem empresas independentes, e sem uma ligação direta, falar sobre ativos isolados pode não passar a real noção de como o mercado se comportou naquele dia. Afinal de contas um evento isolado pode afetar (fortemente) uma ação, mas não o mercado em si.

Como fazer para sabermos como o mercado, ou um setor, se comportou em determinado período ? Diante desta necessidade criaram-se os índice de ações, que nada mais são do que conjuntos de determinadas ações que formam (e se destacam) no mercado, ou representam determinado setor.

O índice acionário mais famoso no Brasil é o Ibovespa, formado por 59 ações, de 56 empresas (Bradesco, Petrobras e Vale têm ações ON e PN integrando o índice), e é ele que vemos estampando as notícias nos jornais quando falam sobre o comportamento na bolsa em determinado dia ou período. Nele são apresentadas todas as empresas que são negociadas na bolsa de São Paulo ? Não, existem algumas regras para que uma ação possa pertencer ao principal índice acionário brasileiro:

Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das 3 carteiras teóricas anteriores, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade, representem em conjunto 85% do somatório total desses indicadores;

Ter estado presente em, ao menos, 95%  dos pregões realizados no período de vigência das 3 carteiras teórica anteriores;

Ter participação em termos de volume financeiro maior ou igual a 0,1%, no mercado a vista (lote-padrão), no período de vigência das 3 carteiras anteriores;

Não ser classificado como ativo penny stock, cujo valor médio ponderado durante a vigência da carteira teórica anterior ao rebalanceamento, desconsiderando-se o último dia desse período, tenha sido inferior a R$ 1,00.

Justamente por causa destas regras, temos no índice “o melhor conjunto de ações” para representar o desempenho do mercado como um todo.

Mas esta regra não serve para todas as bolsas e índices ao redor do planeta. Esta é a nossa regra. 🙂

Por exemplo, o índice Dow Jones, principal e mais famoso índice acionário americano, engloba apenas 30 empresas. Justamente por conter tão poucas empresas, muitos investidores costumam dar mais importância para o S&P 500, formado por 500 empresas, dando uma visibilidade mais ampla do desempenho do mercado americano.

Mas como é calculado o índice de ações ?

Tentarei fazer uma analogia bem simples, para facilitar a compreensão de como funciona um índice de ações. Ok ?

Pense numa sala de aula, onde existe 10 alunos: A, com 70kg; B, com 72kg; C, com 87kg; D, com 57kg; E, com 101kg; F, com 67kg; G, com 80kg; H, com 75kg; I, com 50kg e J, com 62kg. Cada aluno com seu peso individual, mas que juntos totalizam 721kg. Consegue enxergar que cada aluno tem uma “participação” diferente em relação ao peso total da turma ? Chamemos este “peso total” de índice. 😉

Por exemplo, o E, representa 14,01% do índice, enquanto a I, 6,93%. Pessoas de tamanho diferente, que tem participação diferente na formação do índice.

Digamos que o E resolveu fazer um regime, e com isso viu seu peso cair para 83kg. Enquanto a I, por terminar o namoro com o H, engordou e passou a pesar 60kg. Enquanto isso, todos os outros alunos mantiveram seus pesos inalterados. Como a mudança de pesos dos dois afetou o peso total da turma ? Como isso afetou o índice ? O peso total da turma passou agora para 713kg, uma queda de 1,11%.

Enquanto para a turma, a queda foi de 1,11%, para o E, a queda foi de 17,21%, e o aumento (a alta) para a I, foi de 20%.

A mudança individual de peso (valor da ação) de cada aluno (ação) da turma (o índice), exerce uma influência diferente para o peso total (o índice). Cada aluno tem uma participação diferente, e individual, para a formação do todo.

Isso é praticamente a mesma coisa que vemos acontecer nos índice de ações. Quando uma ação sobe, o equivalente à sua participação do índice é acrescentado ao mesmo. Quando uma ação cai, o equivalente à sua participação do índice é retirado.

Como dito, uma analogia BEM simples, que tenta facilitar a compreensão de como funciona um índice de ações. Para que você possa entender porque ele sobe em determinados momentos, e porque cai em outros. 🙂

Podemos comparar, diretamente, os diversos índices mundiais ?

Sabedores de como funciona, de como são formados, podemos comparar os valores apresentados pelos diversos índices que conhecemos ? Podemos, por exemplo, comparar o Ibovespa com o Dow Jones, olhando somente o valor de cada um deles, para determinar qual é o mais caro ?

Por exemplo, o Ibovespa está na faixa dos 108 mil pontos, enquanto o Dow Jones perto dos 28 mil. Com isso, podemos simplesmente dizer que o índice brasileiro está mais caro que o americano ? Afinal de contas o nosso “vale” mais de 3x o deles …

Como você já entendeu como são formados os índices, já chegou a conclusão que não. Correto ? 😀

Cada índice representa uma “foto”, uma imagem instantânea de como estão as ações que o representam. Se um índice vale 5.000 pontos, enquanto o outro se aproxima dos 100.000, significa somente que um vale 5.000 e o outro quase 100.000. São formações diferentes, representando ações diferentes, que possuem métodos de cálculo diferentes, com ponderações e ajustes diferentes. Não é possível compararmos um com o outro, apenas nominalmente. (olhando o número em si)

Podemos até traçar paralelos entre os comportamentos dos índices, através de seus gráficos. Tentando encontrar distorções no comportamento deles. Mas comparar um com o outro, não.

Mas até isso é complicado de ser feito, tendo em vista a formação de cada índice. Por exemplo, o nosso ainda dá muita ênfase às commodities, enquanto o americano é mais voltado para a indústria e tecnologia. Sofrem influências diferentes, por motivos diferentes.

Concluindo:

Um índice de ações nada mais é do que um grupo de ações que tenta representar o mercado (ou um setor) como um todo, facilitando a leitura de seu comportamento em um determinado momento. 😉

Preciso aguardar o exercício de Opções para realizar o lucro da minha operação ?

Pergunta:

Olá, Zé! Tudo bem?

Gostaria de tirar uma dúvida em relação às PUTs.

Estou comprado em BOVAS75. No caso dela ganhar valorização até o vencimento, eu posso optar por vender as puts que comprei aos invés de exercer meu direito de venda do papel? No caso de vendê-las, eu corro o risco de ser exercido por quem comprar ou essa obrigação é de quem lançou as puts pela primeira vez? Seria como se eu estivesse desfazendo/revertendo a operação?

Parabéns pelo blog e conteúdo compartilhado.

Obrigado!
Bruno Mendes

Resposta:

Opa ! Tudo certo Bruno ? 🙂

Sim, você poderá revender a opção, embolsando o lucro, não dependendo do evento do exercício em si.

Esta é uma confusão MUITO comum ! Muitos acham que as operações com Opções só podem ser desmontadas no ato de exercer, ou ser exercido. NÃO !!! Você pode negociar com elas, em operações de compra e de venda, como faria com uma ação.

Você comprou uma Opção, CALL ou PUT, e ela se valorizou ? O lucro já te agrada ? Você pode simplesmente revender a Opção comprada, encerrando a operação, e se desligando de qualquer vínculo com ela. Quem opera na COMPRA de uma Opção, terá apenas DIREITOS. Então você nunca correrá o risco de ser exercido em uma operação de COMPRA. (sim, fiz questão de repetir, hehehe)

Quem corre o risco de ser exercido é o lançador de Opções. 😉

Zé, o exercício pode ser um caminho para realizar o lucro ?

Sim, em alguns casos, pode. Especialmente em Opções com pouquíssima liquidez. No caso, não existem interessados em comprar ou vender aquela Opção, você não tem para quem entregar as que você tem em carteira. Neste caso, o exercício pode ser a “única” alternativa. Mas, normalmente, a realização do lucro acontece de forma normal, através da revenda da Opção comprada.

Espero ter te ajudado ! 😉

Abraços !

“Zé, alguma novidade sobre o vencimento semanal de Opções ?”

Não … ainda não tem nada.

Mas Zé, eles colocaram o dia 30/06 no calendário …

(e antes era 30/09)

Sim, colocaram:

linha do tempo

Mas acontece que não houve nenhuma evolução. 🤷🏻‍♂️

A última notícia divulgada pela B3 em relação ao vencimento semanal de Opções, que será lançado em 2023, é de meados de maio. Depois disso, mais nada.

Então, por enquanto, ficaremos apenas na expectativa … 🙄

Como anda o sell in may and go away em 2023 ? (junho)

Com uma alta de +9% em junho, o Ibovespa vai querendo atrapalhar um dos eventos de calendário mais famosos do Mercado.

Foi uma alta forte e firme, como podemos ver abaixo:

Mas repare uma coisa: ela ocorreu na primeira metade do mês. Depois disso, o índice passou a apresentar uma leve correção após o teste da região dos 120 mil pontos.

E essa alta trouxe um efeito “colateral”:

Indicadores extremamente esticados, justo no momento em que atingimos a região de topo. Região que no passado atuou algumas vezes como resistência

O IFR chegou aos 100 na penúltima semana do mês !

Então, como já disse em outras ocasiões, neste momento eu não compro nada. 🤷🏻‍♂️

No mensal não temos nenhuma pista “nova”, que possa auxiliar na nossa leitura.

Lembrando que em 2023 o nosso ponto de partida fica em 104.432 pontos. E sim, estamos bem acima dele.

O cenário mudará até outubro, que é onde termina o prazo de observação do Sell in may ?

Os prêmios do lançamento coberto de Opções reduzem o meu preço médio ?

Pergunta:

Boa tarde Zé. Vendo CALL de uma ação que comprei por 20.00, toda vez que vendo CALL e vira pó, vou deduzindo do preço da ação, a renda dos prêmios? Já vendi mais de 8 vezes e tudo vira pó. Se deduzir, vai chegar um tempo que o custo da ação vai ser negativa?

Resposta:

Opa ! Tudo certo “MoneyMakers” ? 🙂

Não. O prêmio obtido com o lançamento coberto de CALL não deve ser usado na redução do preço médio de compra da ação. (o famoso PM)

Sempre que você faz um lançamento, e ele é bem-sucedido – virando pó, o valor obtido deve ser incluído no teu balanço de resultado mensal para o cálculo do Imposto de Renda. (lembrando que o lucro com Opções é tributado mesmo com vendas mensais abaixo dos R$20k, pois Opções não entram na regra de isenções que é apenas para ações)

Neste caso ele é uma operação independente da tua posição em ações daquela empresa. Elas serviram apenas como garantia para a tua operação. 😉

A única interação entre o preço da ação e o prêmio do lançamento coberto ocorre quando há o exercício. Falo mais sobre isso neste post: “Fui exercido em uma opção CALL que vendi, como fica o cálculo do imposto ?(e mesmo assim não é sobre o PM, mas sim sobre o preço de venda da ação)

Agora, se você quiser fazer esta conta “mental”, de que o preço da ação vai sendo reduzido a cada prêmio obtido (bem como a cada dividendo, JCP, etc), permitindo assim que você se sinta confortável para trabalhar em strikes mais baixos, sinta-se à vontade. 😀

Se ocorrer o exercício, e você vender as ações em um strike abaixo do teu PM, terá gerado um prejuízo para o IR, que poderá ser usado para compensar lucros futuros. Prejuízo 100% contábil, pois você verá que no seu bolso a situação é outra. 😉

Espero ter ajudado. 🙂

O tema te interessa ? Você tem vontade de investir com Opções ? Te convido a conhecer o Double PUT Double CALL, o meu curso de Opções ! Será um prazer lhe ajudar neste processo de aprendizado !! 😀

Abraços !