Clube do Pai Rico

Indo além de Candlesticks

O quanto gosto de candlesticks não é segredo para ninguém. Foi o meu primeiro contato com algum tipo de análise, pois antes só operava com base no jeitão. Os padrões de reversão surpreendiam quem os via pela primeira vez. Doji ? Reversão. Shooting star ? Reversão. Engolfo ? Harami ? etc etc etc … ? Reversão.

Lembre-se que era alguém que não possuía nenhuma outra ferramenta. Simplesmente trabalha com base no “acho que já subiu demais”/”acho que já caiu demais”, e com base nas opiniões de terceiros

Sim, como toda e qualquer pessoa, eu também comecei assim. 🙂

Mas graças aos candles, pude deixar isso de lado e começar a trilhar uma jornada que me levou a independência. A real. Aquela que te permite tomar suas próprias decisões. Aquela que te permite não ficar preso às indicações de outras pessoas.

E acredite: a vida do investidor que conquista essa liberdade é muito diferente. É MUITO melhor. 😉

Agora, muito se engana quem acredita que apenas os candles sejam suficientes para atingir este ponto de liberdade. Precisamos ir além dos candlesticks. 🙂

E foi justamente isso que vi sendo reforçado nesta última leitura. Um livro que mostra o quão válida é a ferramenta. Mas que também nos mostra que não devemos seguir a regra do “8 ou 80”. É preciso levar em consideração o contexto. É preciso nos apoiarmos em outras ferramentas. É preciso termos um conjunto de ferramentas e indicadores na hora de tomarmos nossas decisões.

Quem já leu meu e-book, viu que uso uma série de indicadores e ferramentas (simples) para minha tomada de decisão. Os candles são apenas um dos itens da lista. Mas é incrível como o “ideal” deles é quem guia o todo. Não é a figurinha em si, isolada … Mas sim aquilo que ela quer dizer. É isso o que me guia.

Comecei a leitura na expectativa da parte do “além de candlesticks” que está presente no livro. Kagi, renko (especialmente ele) e three-line break. Mas me vi mergulhando ainda mais fundo no meu mundo, no mundo da análise de candlesticks. Me aprofundando e vendo quanto daquilo que estava lendo se parecia com a forma que atualmente opero.

A leitura me levou “além dos candlesticks”, mas me mostrou que isso é tão próximo, tão dentro deles, que não dá para desligar uma coisa da outra. Foi um retorno às origens que me trouxe ainda mais perto do que sou hoje. E isso me deixou extremamente grato por toda a jornada. 🙂

Então, se você gostaria de entender um pouco mais sobre a forma que opero. Se gostaria de ter acesso ao mesmo ferramental, aos mesmos conceitos que uso em minhas análises, vá além dos candlesticks também. Esta leitura te ajudará bastante a conquistar esse objetivo. 😀

Por mais incrível que pareça, a parte que me atraiu ao iniciar a leitura (Kagi, renko e three-line break) acabou se tornando apenas curiosidade na conclusão. Me mantive atualizado (mesmo sendo um livro originalmente publicado na década de 90 nos EUA e somente agora aqui no Brasil) ao reforçar as bases daquilo que já vinha fazendo.

Quer coisa melhor do que isso ? 😀

Sim, leitura mais do que indicada para todos que desejam investir com ações. 😉

 


Nota do Site:
5 Moedas
Indo além de Candlesticks
Steve Nison

Editora: Novatec
Ano: 2022
Edição: 1
Número de páginas: 328
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

As cartas de Warren Buffett

Acredito que o “tema” Warren Buffett seja um dos que mais dão títulos à literatura sobre investimentos. Eu mesmo já li (num levantamento rápido aqui no site) 7 livros sobre “ele”.

Sua grande maioria de caráter biográfico. O primeiro de todos (de todos todos todos mesmo), foi “Buffett: a Formação de um Capitalista Americano“. Mais tarde veio o excelente “A Bola de Neve“. Outros falam um pouco mais sobre o seu lado investidor, sobre o que faz, o que procura, o que pensa.

Mas também houveram alguns onde ele apenas aparecia no título … 🙄

Bom, As cartas de Warren Buffett poderia criar uma nova categoria, pois é um livro escrito “100%” por ele. 🙂

São suas cartas, destinadas aos acionistas da Berkshire Hathaway, publicadas em um livro. Mas não, não são as cartas na íntegra. É mais interessante que isso. 😉

São trechos das cartas, separados e agrupados por tema ! Sim, garimparam suas cartas e nos trouxeram apenas as joias que lá se encontram. E ao separar por assunto, torna a leitura (e assimilação daquilo que é lido) mais fácil e agradável.

Zé, mas se a pessoa pegasse todas as cartas, diretamente na web, poderia lê-las na íntegra e teria acesso ao conteúdo do mesmo jeito … Não ?

Sim, teria. Mas esse trabalho de separar o material, ajuda a tirar muita coisa que costuma se repetir com frequência nos textos. Além de tirar também muito do lado informativo que diz respeito ao exato momento daquela carta. E claro … ok, pode nos privar de um outro ponto que poderia vir a ser importante para uma ou outra pessoa.

Mas no todo, existir essa “triagem” mais ajuda do que atrapalha. E essa proporção é muito mais favorável ao lado da ajuda. 😉

Mais do que dizer como ele pensa, é ver como ele pensa

O livro são os trechos das cartas e ponto final. Não é ninguém dizendo o que ele pensa, o que ele faz, como ele age. É ele mesmo dizendo tudo isso. Não tem ninguém comentando o que ele falou. Não tem ninguém interpretando (ou melhor, tentando …) ele. 🙂

Acredito que para todos os que realmente gostam do bom velhinho, e querem conhecer um pouco mais sobre sua forma de pensar e investir, seja uma leitura mais do que recomendada.

Não … Não será uma leitura que fluirá facilmente. Não é uma historinha … Não tem nenhuma narrativa.

É informação 100% do tempo. E isso exige uma leitura mais calma e atenta. 😉

Leia e depois me conte o que você achou. 😀
 


Nota do Site:
5 Moedas
As cartas de Warren Buffett
Warren Buffett | Lawrence A. Cunningham

Editora: Sextante
Ano: 2022
Edição: 1
Número de páginas: 400
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

Livros ||| O ator

Acho que a primeira coisa que aprendemos ao nascer, é a atuar.

Precisamos de atenção, precisamos chamar a atenção. E nada melhor do que fazer isso através das emoções de quem está do nosso lado. 😉

Seja despertando a preocupação, através do choro. Ou da alegria, através de um sorriso. Ou ainda, da satisfação, somente ao nos contemplar dormindo. 🙂

Claro … Inicialmente, tudo ocorre da forma mais natural possível. Dos dois lados, ator e plateia apenas reagem aos eventos. Mas com o passar do tempo, aquele bebê cresce, e começa a entender o jogo da vida. Começa a perceber o quão poderosas são as ferramentas que tem em mãos, e começa a usá-las a seu favor.

Por mais insuportável que seja uma criança fazendo manha, gritando, chorando, se esperneando, ao desejar algo, aquilo nada mais é do que ela atuando, para tentar obter aquilo que quer. Ela aprendeu, desde cedo, que ao fazer aquilo conseguia o que queria/precisava, e com o passar do tempo foi evoluindo a ferramenta até se tornar profissional naquilo.

(alguns pais aceitam o convite da peça …)

Ao crescer, as necessidades mudam, e as atuações também. Além de apenas servirem para conseguir o que desejam, passam a ser usadas também para que sejam aceitas nos grupos que fazem (ou desejam fazer) parte. E não adianta dizer que você nunca fez isso … Pois já fez. Disse que gostava (ou não gostava) de algo, só para chamar a atenção daquela pessoa que gostaria de “conhecer melhor“. 😉

Mas acho que em toda a história humana, não vimos nada parecido com o que vivemos atualmente. Existe lugar onde as pessoas atuem mais do que o Instagram ? 🙄

Repare: lá, todos são felizes. Muito felizes ! Lá, todos são bem-sucedidos. Todos têm dinheiro, carrões, fazem viagens deslumbrantes, só comem nos melhores restaurantes.

É … O Instagram, na minha opinião, é o maior palco da história. A grande maioria apenas deseja mostrar aquilo que não é, para que os outros pensem que sejam. 🙁

(ou você acha que seja natural alguém tirar 400 fotos antes de publicar aquela que mais “agradou” ?)

Atuamos desde sempre. Mas na maioria do tempo, para não dizer em tempo integral, a maioria das pessoas atua para satisfazer e atender as solicitações da plateia. Elas deixam de lado aquilo que as levou a atuar: seus próprios desejos.

Em algum momento, a maioria perde o controle da coisa, e passa a atuar apenas para atender os desejos dos outros. (na mesma linha daquela atuação para entrar nos grupinhos, quando éramos mais novos)

Agrada os outros, mas ignora aquilo que realmente quer, aquilo que realmente precisa.

E pode reparar: quem “muda”, e reassume o controle da peça, é encarado com olhares atravessados por aqueles que ainda permanecem seguindo o antigo script.

Então, hoje, te proponho um exercício, que é apresentado no livro: se olhe no espelho. Atue para esse único expectador. O mais importante de todos. Repare nos detalhes, nas vontades, nos desejos dele.

Não, não estou dizendo para você se rebelar contra a sociedade e ir morar numa caverna. Mas sugiro que você comece a ouvir, a atender um pouco mais as necessidades desse carinha do outro lado desse vidro. No final das contas, é por ele que você aprendeu a atuar. 😉

 

Nota do Site:
3 Moedas

O ator
Don Miguel Ruiz

Editora: BestSeller
Ano: 2022
Edição: 1
Número de páginas: 128
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

Um passeio aleatório por Wall Street

Antes de qualquer coisa: sim, a leitura me agradou bastante. 🙂

O primeiro capítulo então, na minha opinião algo de suma importância, traz informações que muitos costumam ignorar na hora em que começam a pensar em investir em renda variável. Ele foca nas grandes bolhas históricas.

Por que acho isso tão importante. Somente conhecendo a história, especialmente o lado da história que não deu certo, criamos o tipo de “calo” que ajuda a nos proteger de algumas das várias armadilhas presentes nos mercados …

Quem costuma acompanhar as redes sociais e os ~gurus e ~influencers que por lá habitam, muitas vezes acaba achando que o mercado vive apenas de fortes altas e momentos de alegria. 🙄

Então, ver um livro que se propõe a abordar o tema (investimento em renda variável) de uma forma mais ampla, apresentando isso como introdução, foi bem agradável. 😀

Agora, passada a aula de história, o livro começa a focar na sua principal mensagem: o autor defende a tese de que não adianta “inventar moda”, que a melhor forma de se investir é através de um fundo (com baixas taxas administrativas e se possível vantagens tributárias) que replique um índice mais amplo das ações presentes na Bolsa.

Se possível for, um que além das ações presentes no mercado local, possa diversificar em outros mercados mundiais também.

Começa sua defesa “mostrando” que a análise gráfica e a fundamentalista não funcionam. Que nenhum gestor, que atue de forma ativa (comprando e vendendo ações) consegue superar um índice mais amplo no longo prazo, e que os que conseguem são casos raros e quase que uma exceção à ~regra.

Após fazer isso, ele apresenta sugestões de como melhorar o desempenho da carteira, atuando de forma passiva, claro, através da diversificação dos investimentos. Usando a diversificação regional (as ações de outros países que falei antes), a inclusão de renda fixa, e otras cositas mas.

Sempre defendendo o lado não ativo (escolhendo as ações que forem trabalhadas, o momento em que seriam trabalhadas, etc) como sendo mais vantajoso.

E após a conclusão da leitura posso dizer que … continuo não concordando com esse ponto de vista. O que posso fazer ?

Primeiro por eu mesmo conseguir obter rendimentos superiores ao do nosso principal índice (o Ibovespa), e conhecer outras pessoas que também o fazem. Sim: pessoas físicas e gestores de fundos.

Concordo com o autor, quando fala que a grande maioria dos investidores (de novo: pessoas físicas e gestores profissionais) não consegue obter rendimentos acima da média. (até mesmo porque se conseguissem a média seria bem acima da média …)

Mas o principal motivo, na minha opinião, para isso acontecer, está no fato de que a maioria faz o que a maioria faz. E justamente ao fazer isso, acabam obtendo um resultado igual ou pior ao obtido pela maioria. Não tem como ser diferente disso !

Somente encontraremos resultados diferentes, naqueles que se propõe a atuar de forma diferenciada …

Querer que uma maioria obtenha resultados de maior destaque, se o que fazem é atuar da mesma forma que a maioria atua ? Como ? Impossível !

Tendo dito isso, informo que concordo em partes com o que ele diz, se o que for dito seja: para a maioria dos investidores, é melhor investir em fundos que repliquem índices amplos e diversificados. Para a maioria … Aquela mesma maioria que não quer ter trabalho algum, não quer investir algumas horas de sua semana aos estudos, não quer se diferenciar da manada.

Só pra eles ! 🙂

Eu não abro mão de continuar fazendo minhas análises e continuar investindo com Calma e Paciência o meu próprio patrimônio. 😉

 

Nota do Site:
5 Moedas

Um passeio aleatório por Wall Street
Burton G. Malkiel

Editora: Sextante
Ano: 2021
Edição: 1
Número de páginas: 384
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

A natureza emocional da marca

Resumindo o livro em um pensamento: somos amplamente manipulados pela turma do marketing, publicidade e propaganda … 🙄

Sim …

Uma coisa que todos sabemos, sempre soubemos. Mas que na hora que abrem a “caixa de ferramentas”, a coisa fica ainda mais clara.

Impressionante como as empresas constroem suas “imagens” para ativar determinadas emoções nos consumidores.

Tudo é moldado e criado de forma deliberada, justamente para que as enxerguemos da maneira que desejam que aconteça.

No livro somos apresentados a inúmeros arquétipos. Trazendo do próprio livro:

Para se entender o funcionamento dos arquétipos, é preciso deixar a razão de lado e entrar em contato com as emoções que os envolvem. É necessário abstrair e vivenciar situações e sentimentos que despertem na maioria das pessoas o espírito dos arquétipos, é um esforço que vale a pena, o mundo das imagens é muito forte e poderoso, afinal existe aquele ditado: “uma boa imagem vale mais do que mil palavras”.

Cada negócio está ligado a um arquétipo. E se “adequar” a isso pode ser a diferença entre uma empresa bem, ou mal sucedida …

E o livro está repleto de casos e exemplos onde isso é apresentado e confirmado. Coisa do tipo: duas empresas do mesmo ramo, com uma adotando a imagem “certa”, e outra a “errada”. Adivinha qual tem a maior fatia de mercado ? 😉

Outro exemplo: uma empresa de um determinado ramo, líder de mercado, que adota a imagem certa. Do nada, mudam essa imagem, fugindo do arquétipo adequado. Adivinha só o que acontece … 😯

É … Somos ratinhos de laboratório. E o quanto somos afetados e influenciados pelas campanhas, me impressiona a cada nova leitura e estudo que faço sobre a área.

Se o tema te interessa, se você tem estudado sobre o assunto, leitura mais do que sugerida ! 🙂

ps: a turma da cerveja e dos cigarros deve ter penado um bocado com a mudança da legislação da publicidade …

 

Nota do Site:
4 Moedas

A natureza emocional da marca
José Souza Martins

Editora: Elsevier
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 194
Acabamento: Brochura
Formato: Médio