Clube do Pai Rico

Livros ||| Investindo em Ações no Longo Prazo

Os que acompanham o site, em especial a série de posts “Como o Zé ganha na Bolsa ?“, já sabem qual é a minha forma preferida de operar: o curto prazo. Mas os que realmente me acompanham (através do site, do fórum e do twitter) já sabem como venho tentando migrar um pedaço do meu capital para o investimento visando o longo prazo. O problema é que por mais que eu queira, o curto prazo me chama de volta. 🙂

Para tentar mudar isso fui atrás de um dos livros mais indicados por 10 entre 10 investidores de longo prazo: Investindo em Ações no Longo Prazo, de Jeremy Siegel. E posso dizer que muitas das minhas dúvidas foram sanadas – mas, também, muitas das minhas convicções foram reforçadas. Já explico. 😉

No longo prazo as ações sempre vencem !

Sim, uma das afirmações mais declaradas por todos que adotam o investimento em ações, visando o longo prazo, é confirmada nesse livro. O autor mostra, através de dados dos últimos 200 anos, que quem investiu em ações ganhou em média 6,8% ao ano. Enquanto quem escolheu o investimento em renda fixa (títulos do tesouro) recebeu … 2,8% ao ano. Você imagina a diferença que estes 4 p.p. fazem em 200 anos ? Não ? Então veja.

Se tivéssemos investido $1 no início do século XIX, teríamos $ 755.163 no começo do XXI ! Sim, em duzentos anos 1 dólar se transformaria em Setecentos e cinquenta e cinco mil, cento e sessenta e três dólares ! 😯

Enquanto isso, se ao invés de ações a pessoa tivesse escolhido investir em títulos do tesouro dos EUA, teria acumulado … $ 1.083 com títulos de longo prazo e $ 301 nos de curto !!! O investimento em ações foi, respectivamente, 700 vezes superior aos em títulos de longo prazo e 2.000 vezes superior aos em títulos de curto prazo !

Bom … mas 200 é muito tempo … e imagino que ninguém esteja querendo esperar tanto tempo, hehehe. Mas esses dados nos mostram a força que o mercado de ações tem para multiplicar o nosso dinheiro.

Vamos aos “poréns”: Para obter esse resulta a pessoa teria comprado o índice de ações, e não somente uma ação ou um pequeno número delas …

E é justamente essa uma das convicções que foram reforçadas pelo livro: para ganhar no longo prazo, com tranquilidade, não podemos comprar apenas uma (ou poucas) ação, precisamos comprar o índice.

O risco individual

Quando compramos ações de uma única empresa corremos o risco de que a empresa venha a dar problemas, que venha a falir … para você ter ideia, das empresas que formaram o primeiro índice Dow Jones, somente uma sobrevive até hoje … a GE, então o risco de falência existe e é real.

Já quando compramos o índice propriamente dito, esse risco é “excluído”, pois novas empresas serão incluídas e as que vão deixando de existir vão saindo. Por isso que no longo prazo o índice vai sempre subindo … 😉

Claro, você pode ter a sorte de comprar a ação daquela empresa que durará “para sempre”, que terá uma diretoria perfeita que sempre fará a empresa crescer … mas acho que você não gostaria de correr este risco, não é mesmo ?

Aqui no Brasil a melhor opção para investir diretamente no índice é através da compra do PIBB11. Mas … por que não investir em fundos que seguem o índice ?

Os fundos custam caro !

Sim, investir em fundos de investimento em ações, que seguem de perto o comportamento (e a formação) do índice acaba custando mais caro, por causa da taxa de administração. Existem fundos que cobram 1%, 2% ou mais ao ano,  e como vimos no início deste texto, a diferença de alguns pontos percentuais no longo prazo fazem miséria.

O PIBB segue o ibrx-50 (O índice IBrX-50 é composto pelos 50 papéis mais líquidos da BOVESPA) e tem uma taxa de administração de apenas 0,059% ao ano ! Já decidiu se vai comprar PIBB11 ou aplicar em fundo de ações ? 🙂

Claro, para comprar o PIBB11 você precisará de uma corretora, pagará corretagem … mas de qualquer forma sai mais barato que aplicar no fundo. Basta pesquisar as opções de corretoras disponíveis.

Mas é só comprar e esquecer ?

Pode ser … existem tantas formas de se operar … a que apresenta o resultado lá de cima é justamente essa, comprar e esquecer … não se faz nenhuma tentativa de maximização do retorno. Se você escolher por comprar as ações diretamente não se esqueça de reinvestir os dividendos, ok ?

Mas no mesmo livro somos apresentados a algumas outras formas de maximização deste retorno. Uma delas apresentei num dos posts da série “Como o Zé ganha na Bolsa ?“, uma técnica adotando médias móveis. Essa estratégia mostrou um resultado superior ao Buy & Hold (comprar e esquecer), ganhou 0,53% ao ano. 🙂

Além desta técnica ele nos apresenta algumas outras, mas não estragarei a surpresa e deixarei para que você veja quando for ler o livro. 😉

Um apanhadão de outras coisas

Só para atiçar ainda mais sua curiosidade, ok ?

– Como você acha que o mercado se comporta perante as guerras ?

– Como você acha que o mercado se comporta em países com grande crescimento PIB ? E os que têm um menor crescimento ?

– O calendário pode nos ajudar no investimento ? Existem meses mais propícios ? E dias da semana ?

O livro é fantástico ! Um verdadeiro estudo dos dados acumulados em mais de 200 anos. Não são apenas afirmações feitas pelo autor, são afirmações baseadas em dados históricos. São estratégias sendo comparadas, é uma verdadeira aula. 🙂

Se você está pensando em investir – visando o longo prazo – é leitura obrigatória !

Investindo em Ações no Longo Prazo

Nota do Site:
5 Moedas

Investindo em Ações no Longo Prazo
Jeremy J. Siegel

Ano: 2015
Edição: 5
Número de páginas: 448
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

O fim de uma era …

É com pesar que eu informo a todos …

Não !! Que pesar o quê !? 😀

Na verdade, é com muita alegria que hoje eu falo: estamos vivenciando o último vencimento de Opções a ocorrer numa segunda-feira !! 🙂

Sim, o vencimento de abril é o último vencimento em uma 3ª segunda-feira do mês. A partir do vencimento de maio, eles ocorrerão na 3ª sexta-feira do mês !! 😉

Ponto positivo: tira do caminho a incerteza do final de semana !! 😀

Além disso, o horário do exercício também mudará. Ao invés de ser às 13h, como é hoje (literalmente), ele passará a ocorrer no final do pregão. Sim, e não para por aí … Ele ocorrerá de forma automática para as posições ITM e usará como base a cotação de fechamento dos ativos. 🙂

Então acaba aquele problema do “mas e se eu esquecer de solicitar o exercício de uma Opção comprada em minha carteira, que está em região que justifica o exercício ?“. (sim, algumas corretoras já faziam isso de forma automática para os seus clientes, mas o padrão da B3 era o não automático)

As mudanças não param por aí … Além da mudança do dia do exercício, a regra relativa à negociação das Opções no dia do vencimento também mudou ! Voltou a ser como era até 2013, quando podíamos comprar/vender uma Opção para encerar uma operação que tínhamos em carteira. Acabou a história de só poder encerrar um pregão antes. 😉

A partir do vencimento de maio, poderemos negociar com elas, normalmente, no próprio dia do vencimento ! A única restrição é que só poderemos fazer isso até o limite de 1h antes do final do pregão … Então, como ele vai até às 17h, só poderemos comprar/vender uma Opção do vencimento atual, até às 16h do próprio dia do vencimento. 🙂

Zé, e como poderei ajustar uma posição que fui exercido, sendo que eu estava descoberto … ?

Você poderá comprar/vender o ativo mãe daquela Opção durante o after-market ! Eu só estou curioso para ver como será a questão de liquidez … (especialmente por conta da regra que impede uma oscilação superior a 2% – para baixo e para cima – dos ativos negociados no after)

Então, só para resumir:

A partir do vencimento de maio/2021 (que já é o próximo …), eles ocorrerão na 3ª sexta-feira do mês (se for feriado, no pregão anterior), no final do pregão. Além disso, poderemos negociar com as Opções que estão vencendo naquele dia, até 1h antes do fim do pregão.

Como já falei antes, acredito que as mudanças só trarão benefícios aos participantes do mercado. 🙂

Ok … Quem sabe um pouco mais de volatilidade para o dia do vencimento. Mas, acredito que foi uma excelente mudança ! 😉

Leituras relacionadas e sugeridas:

Como funciona o exercício de opções ?
O que acontece no dia do exercício das Opções ?

“Comprei uma ação para fazer lançamento coberto, e veja no que deu …”

Pergunta:

Zé tenho uma duvida de lançamento coberto, por exemplo, você disse que o melhor lançamento coberto é o ATM, mas eu gostaria de saber por exemplo, quando você lança atm, (Compra Petr4 a 16 e lança uma venda de call a um strike de 16 tbm, recebe um premio fictício de 6%) vamos aos cenários, se o mercado subir, tudo bem você será exercido e ficará com todo o premio, se o mercado ficar neutro, melhor ainda pois você continua com o ativo pelo preço que pagou e ainda com o premio de 6%, mas e se o mercado cair + de 6%, você fica no prejuízo, por isso gostaria de saber qual seria o melhor cenário para se montar o lançamento coberto, que premissas você deve tomar?
Muito obrigado desde já.

Resposta:

Opa ! Tudo certo João Vitor ? 🙂

Antes de qualquer coisa, apenas uma correção: não é que o lançamento ATM seja o “melhor” para o lançamento coberto. O lançamento ATM é aquele que apresenta o maior prêmio para a Opção lançada. A Opção ATM é a mais gorda. 😉

(sim, olhando apenas a Opção, ignorando a possibilidade de ganho pela diferença do valor de compra da ação e o preço de venda dela via exercício)

Agora, sobre a operação usada como exemplo, ela é uma venda coberta de CALL ? Sim, é. Mas o mercado costuma chamar ela de “operação de taxa”. A “diferença” entre as duas é que na “operação de taxa”, você compra a ação especificamente para efetuar o lançamento coberto de uma CALL, casada com a compra da ação.

Já o “lançamento coberto” … ~raiz, é aquele em que você lança a CALL de uma ação que já está na sua carteira. Você faz para rentabilizar a ação da carteira.

Bom, com isso chegamos num ponto interessante. Quem faz a operação de taxa, e dá errado (com a ação caindo), pode acabar precisando se casar com aquela ação. Ou então encerrar a operação (STOP) com perdas. Já quem está fazendo o lançamento coberto de uma ação da carteira, ver o lançamento coberto “não dar certo” (no sentido de ser exercido), não é um problema, pois ele já está acostumado a mantê-la em carteira, acompanhando o sobe e desce do mercado.

É uma diferença, aparentemente, pequena. Mas que dentro de uma estratégia mais ampla pode fazer bastante diferença. 😉

… por isso gostaria de saber qual seria o melhor cenário para se montar o lançamento coberto, que premissas você deve tomar?

Quando eu faço um lançamento coberto de CALL, eu espero que surja uma oportunidade aparecer na tela. Eu costumo aguardar surgir um sinal de reversão, um sinal de que a ação que será alvo do lançamento entrará em correção. Mas eu faço isso por ser um lançamento coberto, onde eu gostaria de manter a ação na carteira. 🙂

Fazendo um paralelo, se alguém vai fazer uma operação de taxa (comprando uma ação para lançar uma CALL em conjunto), o cenário “ideal” seria após uma sinalização de alta da ação. 😉

Mas é importante você, antes de começar a operação, tomar uma decisão importante: será um lançamento coberto, ou uma operação de taxa ?

Espero ter te ajudado ! 🙂

Aos que se interessaram pelo tema, convido para conhecer o Double PUT Double CALL, o meu curso de Opções. Onde, além de apresentar a teoria delas, compartilho a minha estratégia de investimento em Bolsa. 😉

Abraços !

Por que recomprar uma das pontas de uma Trava de Alta ?

Pergunta:

Bom dia… entrei em uma trava de alta e recebi a recomendação de recomprar uma das pontas… como faço isso? É comprando a call a seco da ponta?

Resposta:

Opa ! Tudo certo Fabricio ? 🙂

Antes de mais nada, algumas “dicas” MUITO importantes … (e não, elas não são especificamente para o Fabricio)

#1 NUNCA opere/trabalhe com algo que você não conhece. Antes de investir em algo, entenda como funciona aquele ativo/ferramenta/investimento. Vejo muita gente operando Opções sem saber o que elas são … como funcionam … para o que servem … etc etc etc. O risco ao se fazer isso, vai lá pra cima ! 🙁

#2 – Opere por conta própria ! Fuja de dicas/indicações/recomendações operacionais. Enquanto você apenas atuar seguindo o que os outros te dizem para fazer, você permanecerá dependente dele. Acredite: a recompensa por se tornar independente dos outros é mais do que válida ! 😉

Se há algo que eu possa pedir a você que está me lendo, é isso. Combinado ?

Voltando à dúvida que deu origem ao post, uma Trava de alta com CALL é caracterizada pela compra de uma CALL em um determinado strike, com a venda (lançamento) de uma outra CALL do mesmo ativo em um strike superior. Por exemplo, a compra de uma CALL com strike no R$26, com a venda de uma no strike no R$27. (nas mesmas quantidades !)

Então, quando você tem uma Trava de alta com CALL na carteira, é porque tem uma CALL comprada, e uma vendida.

Se houve a indicação de recompra de uma das pontas, só existe uma coisa a ser feita. Concorda ? 😉

Se é para se recomprar, você deverá encerrar a parte vendida da operação. No caso apresentado como exemplo, seria a recompra da CALL no strike R$27. 🙂

(afinal ela é a única parte que está vendida na operação e que pode ser recomprada)

Qual seria o motivo para essa indicação de recompra ?

Acredito que seja por:

– Ou a pessoa que te indicou montar a operação, acredita que agora ela vai “andar”; (mantendo só a compra, sem a parte vendida para “pesar”)

– Ou porque a coisa não andou conforme o esperado … e a ponta que está vendida já chegou ao pó. Ele indicou a recompra para tentar aproveitar uma possível alta, transformando a operação de trava de alta em uma compra pura e seca de CALL.

Espero ter te ajudado ! 🙂

Abraços !

“Preciso recomprar, ou serei exercido de qualquer maneira ?”

Pergunta:

Olá!

Por favor, gostaria de tirar uma dúvida sobre o exercício das opções. Se eu comprar um lote de Call à mercado para mantê-lo em carteira e vendê-lo posteriormente, antes da data de vencimento, no dia do exercício, se a Call estiver no dinheiro eu posso ser exercido pelo comprador? Ou seja, para eu voltar ao “zero a zero” (me desobrigando a ser exercido), eu precisaria recomprar as calls que vendi até a data de exercício ou isso não existe e eu serei exercido de qualquer maneira?

Obrigado!

Resposta:

Opa ! Tudo certo Gabriel ! 🙂

Antes de mais nada, pode ficar tranquilo !! 😉

Motivo: quem possui alguma obrigação, ligada às Opções, é quem lança uma opção. E não, não é esse o seu caso.

Para quem ainda não sabe quem é o lançador de Opções, sugiro a leitura do post: “Quem é o lançador de Opções ?

Voltando à tua dúvida, você não é o lançador. O que você fez ao vender o lote, foi apenas zerar a tua operação de compra. Neste momento você se “desligou” de todos os direitos e obrigações ligados aquela opção. (lembrando que quem compra uma opção tem apenas um direito …)

Então, ao vender um lote de opções que você possui em carteira, está apenas zerando uma operação, que era originalmente de compra.

Como disse, ao fazer essa venda, zerando sua posição, você pode ficar tranquilo, pois não terá mais ligação alguma com aquele contrato. 😉

Portanto, não, ao vender o lote, zerando a sua operação de compra original, não será exercido. E não, não precisará recomprar as opções que vendeu para encerrar uma operação originalmente de compra. 🙂

De novo: pode ficar tranquilo !! 😀

Espero ter ajudado !

Abraços !!