Clube do Pai Rico

Colunistas ||| Iniciante na Educação Financeira

Uma coisa que me incomoda profundamente é quando algo óbvio se mostra para as pessoas e essas pessoas não conseguem enxergar e aceitar isso, falo isso pois há algumas semanas tenho conversado com amigos e colegas da faculdade sobre minha introdução à educação financeira. Sempre comento sobre o Clube do Pai Rico, os livros do Pai Rico, bolsa, poupança e etc, infelizmente parece que ninguém quer escutar e entender isso, quando toco no assunto com meu pai ele logo se tranca no quarto para ver qualquer jogo de futebol que esteja passando em qualquer país que seja e meus amigos começam a falar de mulher pra poder sair do foco ou argumentam que é impossível guardar dinheiro.

Tento mostrar às pessoas como é simples guardar dinheiro e que é tudo uma questão de disciplina e nada mais do que isso, meu salário serve quase que exclusivamente para pagar a faculdade e o restante para aplicações pequenas, mas logo se tornarão grandes. Tenho amigos que com minha idade ganham cerca de seis vezes mais e mesmo assim nunca têm dinheiro para tomar uma coca na cantina da faculdade, mas tem um carro zero que nunca sai da garagem!

O primeiro passo que tomei para a educação financeira foi quando encontrei o Clube em uma pesquisa no Google, isso foi no início de 2010 e após esse dia fui à minha agência bancária procurar saber mais de investimentos, a maior besteira que já fiz, pois logo o gerente tentou me empurrar previdência privada, capitalização e por fim sugeriu a poupança, por sorte eu estava blindado contra esses truques e meu primeiro investimento (por ser iniciante e ter cabeça de conservador) foi uma aplicação mensal em CDB DI, indicado pelo meu tio que tem uma empresa de contabilidade e é conservador, mas logo comecei a me interessar mais por investimentos e pesquisar muito, participar do fórum e me preparar para um dia investir em ações. Meu outro tio que também tem uma empresa de contabilidade tem um perfil arrojado e quando comentei com ele que estava investindo logo me perguntou sobre ações, disse para telefonar no seu escritório que falaríamos disso e foi isso que fiz, liguei durante alguns meses sempre tirando dúvidas (mas nem sempre o encontrando porque ele está sempre em reuniões) e me recomendou iniciar com empresas mais conservadoras como Petrobrás e Vale, indicou algumas corretoras também, mas optei pela corretora do meu banco que apesar de ter uma corretagem cara me permitia tirar dinheiro direto da conta e isso me fazia economizar com transferências.

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Colunistas ||| Criar bons hábitos financeiros leva tempo, mas a recompensa é grande

Se você quer tomar as rédeas de sua vida financeira, saiba que apesar de toda a informação disponível, criar bons hábitos financeiros leva tempo. Para aquele que está engatinhando na área de poupar e investir, os termos estranhos, a quantidade de taxas, os imprevistos e até a decisão entre investir neste ou naquele fundo pode ser o fator decisivo entre ganhar e perder dinheiro.

É importante ressaltar sempre que não há fórmula mágica no mundo financeiro. Se alguém souber como dobrar o capital investido em curtíssimo prazo, essa pessoa, com certeza, guardará a informação para si mesma e, mesmo assim, não será uma receita. A máxima “se você fizer as coisas do mesmo jeito, obterá sempre os mesmos resultados” não funciona no mundo das finanças. Se eu indicar passo a passo, os meus investimentos dos últimos 5 anos e você os seguir a risca, não terá os mesmos resultados, você poderá ganhar bem mais ou até muito menos.

Contudo, mesmo não havendo receitas ou fórmulas mágicas, alguns hábitos ajudam muito e, se você não tiver paciência para segui-los, com certeza não terá para entrar no mundo financeiro, pois os pilares do mundo das finanças são: controle, disciplina e conhecimento.

Se você realmente está disposto a mudar de vida, um importante passo é controlar os gastos. Por mais chato e simples que pareça, não conheço uma fórmula melhor e mais fácil do que anotar gasto a gasto, seja em uma planilha, dessas disponíveis em qualquer site de finanças, ou até uma mais simples feita por você mesmo. Anotar os seus gastos funciona como ir a um psicólogo. Uma das máximas da psicologia diz que se você ouvir a si mesmo em voz alta, você estimula e aprimora a capacidade de se abstrair da situação. Não se vendo na situação você conseguirá tomar decisões imparciais. Da mesma maneira, anotar os gastos fará você visualizá-los, analisá-los e pontuá-los. Isso levará a uma reflexão do que poderá ser reduzido e até excluído, mesmo que temporariamente. Não se iluda com a ideia de que você pode ter o que quiser a todo o momento, muitas vezes quando você escolher uma situação abrirá mão de outra. Anotando todas as dívidas, você saberá exatamente de quanto poderá dispor. Essa parte chama-se controle.

Conseguindo equilibrar os gastos e verificando que eles são menores do que o rendimento mensal haverá um bom fluxo de caixa, ou seja, as suas entradas (salários e/ou rendimentos) serão maiores do que a sua saída (despesas diversas). E se você conseguir que este cenário permaneça estará no caminho da disciplina. Excluir um gasto exagerado pode até parecer fácil, contudo, manter o orçamento equilibrado é o grande desafio, pois você terá que fazer o mais difícil: dizer não; “esse mês não dá”; “esse mês não posso”. Esse será o seu ônus e, ao mesmo tempo, o grande avanço para a disciplina. Não significa que você irá se privar de várias coisas, mas significa que você precisará programar várias delas. Acredite, depois de alguns “não” virão vários “sim”. Essa disciplina te proporcionará uma sobra que poderá ser investida em reserva de emergência que, como já foi mencionado no post anterior, não é um investimento, é apenas uma folga para pensar com calma frente aos imprevistos.

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Colunistas ||| Ideias brilhantes – coisa de gênio ?

Quem nunca pensou “Por que eu não tive essa ideia antes ?” que atire a primeira pedra. Mas o que será que faz com que algumas pessoas tenham ideias antes da maioria ?

Como todos nós sabemos, ainda que haja divergências de opiniões sobre o seu começo, hoje vivemos na “Era da Informação”. Não é de hoje que vemos boas ideias transformando simples estudantes em donos de empresas gigantes. Mas o que a maioria de nós não sabe é que ter uma boa ideia não é um dom ou algo para gênios. Embora ela, sozinha, não seja garantia de sucesso, existem maneiras de ajudar nesse processo criativo. Eis algumas:

1 – Esteja em constante contato com o assunto – embora algumas ideias pareçam vir “do nada”, elas têm forte ligação com o que você costuma ver, fazer e pensar (afinal, muita coisa fica no subconsciente). Se você tem forte contato com tecnologia, é natural que suas ideias tenham relação com a área. Independentemente da área, leia, pense e converse sobre o assunto.

2 – Anote tudo – não é porque o subconsciente pode nos ajudar que devemos deixar tudo nas mãos dele. As vezes, podemos combinar algumas ideias “esquecidas” para criar uma realmente boa.

3 – Faça coisas diferentes – desde mudar o trajeto de casa até sentar em um lugar diferente no trabalho podem ajudar no processo criativo.

4 – Converse com quem entende do assunto – nada melhor do que ouvir alguém que já trilhou o caminho pelo qual queremos passar.

5 – Inspire-se nos melhores – não faz sentido querer ter uma empresa do tamanho do Facebook e pesquisar a história da empresa da esquina.

Ainda que as dicas acima não possam garantir êxito (na realidade, nada pode), optar por segui-las pode ser o diferencial para a tão esperada “grande ideia”. E você, já leu sobre o assunto hoje ?

João Selarim

Colunistas ||| A Lei de Murphy e as Finanças

Você deve estar se perguntando: qual a relação entre a Lei de Murphy e as finanças. Primeiramente, Edward Alvar Murphy Jr. (1918 – 1990) merece todo crédito e respeito pela sua lei visto que foi “sua primeira vítima”. Murphy, engenheiro aeroespacial norte-americano, em 1949 participou de um projeto no qual os oficiais conduziram os testes para determinar o quanto um ser humano poderia resistir à força da gravidade. Para isso, Murphy levou um conjunto de sensores capazes de medir a quantidade exata de força, tornando os dados mais confiáveis. Na hora dos testes ocorreu uma “pane” e o aparelho não funcionou. Ao inspecioná-lo, Murphy descobriu que seu assistente havia invertido a conexão de todos os sensores. Foi então que ele exclamou: “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”.

Da mesma forma, a Lei de Murphy atua continuamente em nossas finanças. “Se alguma dívida (inesperada) pode aparecer, ela aparecerá da pior forma possível e no pior momento”. Você, com certeza, já passou por uma situação semelhante a esta. Uma multa que apareceu quando a “grana” do mês já tinha acabado; o carro que chegou da revisão e, de uma hora para outra, parou de funcionar; um acidente de trânsito não grave o suficiente para acionar o seguro, e nem leve o suficiente para não precisar de um reparo; um problema na parte elétrica da casa que fez você chamar urgentemente um eletricista; uma enfermidade que você pensava ser passageira deixou um rombo no seu orçamento com a quantidade de remédios que teve de comprar; e tantas outras situações. Enfim, ninguém está livre desses “casos e acasos”, o que remete a importância do meu primeiro post e o tema deste artigo: Reserva de Emergência.

O tema é tão relevante e tão extenso que seria possível escrever um livro. Fazer uma reserva de emergência não só é sinal de inteligência como também de prudência. Como o próprio nome já diz a emergência não manda recados, é algo inesperado, imprevisto ao qual você não se preparou e não conseguiu evitar. Contudo, constituindo uma reserva de emergência, você poderá minimizar o impacto que este incidente, ou acidente, poderá causar.

Quando qualquer imprevisto acontece, a primeira atitude, de uma forma geral, é recorrer ao cheque especial. É fácil, prático e rápido, certo? Errado. Este dinheiro não é seu, e esta falta de planejamento financeiro terá um alto preço. Não há milagres no mundo financeiro, quanto mais fácil o crédito, mais caro será o débito, ou seja, quanto mais fácil e rápido este dinheiro estiver disponível a você, maior será a carga de juros que você pagará. As instituições financeiras torcem para que isso aconteça no pior momento e na pior hora possível. A urgência nos faz aceitar qualquer proposta, desde que o valor das parcelas, independente de suas quantidades, seja condizente com nosso orçamento. A reserva de emergência é o primeiro passo para quem quer tomar as rédeas de sua vida financeira.

Constituir uma reserva de emergência é bem mais fácil do que se parece. Independe da renda mensal, a reserva de emergência sempre deve existir, pois uma verdade é universal: “não importa qual será o acontecido, a emergência sempre será maior do que o valor que você tem na carteira”.

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Colunistas ||| Quer ganhar dinheiro com ações? Aprenda a perder dinheiro!

Para ganhar dinheiro no mercado de ações, é preciso aprender a perdê-lo antes. É preciso ver R$ 10.000,00 investidos se transformarem em R$ 8.000,00 e não fazer nada — e, se possível, comprar ainda um pouquinho mais. Se você tem R$ 100.000,00 investidos, tem que ter sangue frio para ver R$ 30.000,00, R$ 40.000,00 irem embora rapidamente, em questão de semanas.

Vimos como isso pode acontecer em 2008. Naquela época, eu estava começando a investir em ações, e decidi apostar no longo prazo, adotando, desde o início, a estratégia Buy and Hold – comprar empresas boas a preços módicos, e mantê-las em minha carteira de investimentos pelo maior prazo possível. Comecei a comprar, todo mês, faça chuva ou faça sol, um pouquinho de ações. Nesse processo, acabei me saindo bem na crise: fiz um preço médio baixíssimo e, quando as ações começaram a se recuperar no final daquele ano e em 2009, tive um bom lucro. Não vendi uma única ação na pior crise das últimas décadas e ainda tive lucro muito superior à renda fixa, no fim das contas! Me saí melhor do que muitos investidores que se assustaram com a crise e saíram do mercado. Descobri que pior do que ficar no mercado no meio de uma crise, é sair dele por causa da crise.

Aprendi a perder dinheiro e só por isso comecei a ganhá-lo. Enfrentei a crise de 2008 com muita serenidade, e hoje me sinto como um monge japonês: mesmo que a crise atual leve a alguns anos de recessão em todo mundo, estou absolutamente tranquilo. Continuo sem vender nenhuma ação e compro um pouquinho todo mês. O objetivo é me tornar sócio de algumas das melhores empresas do Brasil, com a certeza de que elas me darão retorno no futuro, porque confio na sua administração. Confio no futuro da economia, por mais bobagem que os governantes, bancos centrais e economistas possam fazer.

Essa tranquilidade me fez projetar meu futuro financeiro a longo prazo: não importa o que aconteça no curto prazo (1, 2, 5, 10 anos). Quero retorno daqui a 30 anos! Se os preços de ações de boas empresas for ao chão, tanto melhor, pois as comprarei, aos poucos, e a preços baixos — e isso fará toda a diferença no futuro.

Acompanhe meu raciocínio: vamos projetar o que aconteceria com alguém que investe em uma empresa cujos preços estão sempre caindo, apesar de seus lucros estarem sempre em crescimento pequeno, por conta da conjuntura econômica pessimista. Digamos que R$ 10.000,00 são investidos por ano, mas por 10 anos os preços caem. Digamos que as cotações caiam a uma taxa de 10% ao ano, e que os lucros cresçam a uma taxa modesta, de 8% ao ano. Se considerarmos que no primeiro ano a cotação média da ação é de R$ 10,00 e o lucro por ação é de R$ 1,00, teríamos a seguinte projeção:

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